28/10/2009

Página(s) de (Des)Emprego - Capítulo 2

Deus fecha-nos uma porta e abre-nos uma janela. Às vezes insiste em manter janelas fechadas para nos poder abrir uma porta,onde possamos entrar e vencer, noutras, abre-nos pequenas brechas de onde rompe uma luz ilusória, que nada mais é senão um brilho fugaz e efémero. Abriram-me de par em par uma porta e convidaram-me a entrar. Estou confusa, inquieta, não sei se será esta a direcção a tomar. Será apenas uma pequena janela que me permite uma fuga a esta instável e desconfortante sensação de inutilidade, ou devo considerá-la como uma porta que se abre de par em par e, quiçá, a primeira de outras que se abrirão em seguida? Não sei se estou a tomar a decisão certa. Costumo ser bastante intuitiva e ponderada. Gosto de colocar todas as hipóteses e reflectir sobre cada uma delas, mas francamente, estou indecisa. Por um lado, há algo em mim que me pede para seguir em frente, por outro há a experiência anterior que me pede algumas reservas. Será que desta vez as coisas vão correr melhor? Há um ano atrás tive que tomar esta mesma decisão. Dei um tiro no escuro. Avancei, ainda que com muita insegurança. Não resultou. Desta vez sinto-me mais segura e confiante. Quero avançar, mas tenho medo de falhar. Será esta a porta onde devo entrar, ou será mais certo manter-me do lado de fora e esperar que outras se abram? Continuo a aguardar o resultado do(s) concurso(s). Espero ter notícias em breve. O resultado dos mesmos terá o peso final na minha decisão.

19/10/2009

Viver sem Ti

Mais uma noite que chegou. Amanhã, outro dia virá, e eu prossigo vazia por este caminho árido e sinuoso. Depois de amanhã outros dias e outras noites virão, e com eles o vazio da tua ausência.

17/10/2009

Página(s) de (Des)Emprego - Capítulo 1

Quem anda nestas andanças sabe certamente as expectativas que criamos sem resultados, as iniciativas que tomamos em vão e todas as outras diligencias necessárias, (e muitas vezes, infelizmente, desnecessárias)à procura de emprego. Pois bem, depois de muito esperar, ACONTECEU!!! Abri o jornal e lá estava ele em letras garrafais, com cores berrantes, impossível de escapar aos olhares mais atentos: O CONCURSO! Não, este não é "UM" concurso. Este é "O" concurso pelo qual espero desde há muito. É quase o "concurso da minha vida". Quase tão difícil de encontrar como o Príncipe Encantado. Seria Ouro sobre Azul: de um lado(pode ser à minha direita), algo que me faça sentir útil e realizada profissionalmente, do outro (do lado do coração), alguém que me ame e queira comigo partilhar as coisas simples e belas da vida (e as más também, já agora). Ora, como qualquer Cinderella com os pés assentes na Terra, e porque eu também tenho outros sonhos para além do Amor, cá vou eu enviar a minha candidatura. Dezoito meses a fazer algo que tanto quero!!! Um ano e seis prazeirosos meses... Eu sei, é só uma candidatura, é só um concurso, talvez seja mais um, sem resultados positivos. Mas hoje estou com o meu optimismo ao rubro e estou cá com uma "fezada" que vai ser desta vez... ( neste momento a parte ruim da minha consciencia está a dizer-me: "- Não disseste já isso noutras ocasiões?") São 22.46h. Acabei de preparar todos os documentos necessários para admissão ao concurso. Eu sei que vai ser uma guerra difícil. São muitos os adversários à conquista do mesmo lugar, mas que me caia já aqui um dentinho(e pode ser o da frente e tudo, que eu não me importo), se não é esta a MINHA oportunidade...( e a Puta da consciência a dizer que me vão cair todos.) Hoje sinto-me extasiada. Todas as minhas forças estão concentradas nesta nova esperança. Amanhã vou pôr uma vela à Nª Srª de Fátima para ver se ela dá um empurrãzinho. Concerteza que ela vai fechar os olhos às ideias pecaminosas e indecentes que me têem preenchido o pensamento e atender a este meu pedido.Esta guerra sem uma ajuda Divina, é quase impossível. Que a boa Fé nos salve, já diz o Povo... Hoje começa uma rubrica nova neste blog. A causa vale a pena. Esta é a primeira página. Continua no próximo capítulo.

15/10/2009

O Sabor da saudade

Hoje quis dizer-te o quanto tenho sofrido a tua ausencia. Quis lembrar-te o quanto gostava de ter aqui, mas não consegui. Por vezes o silêncio é a melhor resposta... Ouvir-te dizer que tens saudades minhas torna dificil perceber o que te mantém tão ausente e distante. Não é a saudade algo que nos faz querer estar com alguém? Então o que te afasta de mim?

Se fechares os olhos agora, em silêncio, talvez consigas ouvir o que te diz o meu coração. Eu, se fechar os meus, é apenas para desejar que o meu pensamento te encontre, onde quer que estejas e te traga para junto de mim. Se eu te pudesse abraçar agora, teria tanto para te dizer...

Mas prefiro não pensar nisso. Muito menos quero falar desta saudade que me aperta o coração, ou do sabor amargo que a tua ausência traz aos meus dias.

"If I stay here just a little bit longer If I stay here won't you listen to my heart? If I stand all alone Will the shadows hide the color of my heart ? blue, for the tears Black, for the nights"

Excerto da música "I dont´t wanna talk about it"

01/10/2009

Dar tempo ao tempo

"O tempo é o melhor autor. Encontra sempre o final perfeito" Charles Chaplin Sou uma pessoa de lágrima fácil, e quem me conhece sabe o quanto a minha pele tem andado ressequida desse sabor amargo e salgado que insiste em percorrer-me as bochechas sem autorização prévia. Por outro lado, há em mim uma força de leão que me ajuda a lamber as feridas e seguir em frente de cabeça erguida, de sorriso nos lábios, embora muitas vezes, isenta de qualquer optimismo. Eu sei que preciso dum tempo para me recompor e sei que vou conseguir, o leão vai despertar, vai pôr as garras de fora a seu tempo e rasgar estas amarras que me impedem de pensar com lucidez. Sei que há em mim uma força adormecida e tarda nada irá despertar, mas confesso que estes dias teêm sido difíceis. De repente tudo o que foi a minha vida desvaneceu-se. Simplesmente deixou de existir. Sinto que nada valeu a pena. Nem o esforço, nem a dedicação, sacrifícios... Não resta nada do que fui durante esse tempo. Os lugares por onde passei estão vazios, as pessoas com quem me cruzei seguiram a sua viagem... Já não acredito que a verdade, a honestidade e uma vida de trabalho e sacrificios sejam "um dia" recompensados. Talvez o caminho para a dita "felicidade" seja bem mais obscuro e suspeito. Já não consigo traçar objectivos pois não tenho segurança para alcançá-los. Deixei para trás os meus sonhos. Talvez sejam eles que me impeçam de avançar. Perdi uma parte de mim. Já não sei bem quem sou nem para onde quero ir. Definitivamente, não acredito nesse "dia" tão esperado que me fez durante anos avançar perante caminhos áridos e dificeis, e enfrentar climas tempestuosos e cinzentos. Neste momento já não consigo acreditar que o amor consegue vencer tudo e todos. Nem sempre conseguimos fazer felizes as pessoas que amamos, e nem sempre podemos ter as pessoas que nos fazem felizes. Perdi as pessoas que amei. Ou então nunca as tive, de facto. Trago comigo muito delas, mas nelas nada ficou de mim...Ficaram na memória momentos felizes, lugares mágicos e belos, palavras, sorrisos, emoções, e muita saudade. Ficaram... mas só em mim. Deixei de acreditar em tudo o que sempre quis e assim não consigo seguir o meu caminho. Não sou nada do que gostaria de ser. Não faço nada do que gostaria de fazer. Estou perdida... Se Deus existe, porque não o sinto aqui comigo? Porque me deixa Ele sentir tamanha angústia? O que passei até aqui não foi já suficiente? Quero acreditar que Ele está a olhar por mim, mas acho que perdi a fé... Espero francamente que o tempo me traga a paz de espírito, a estabilidade e felicidade que tanto procuro. Espero que o tempo me dê "um dia" o conforto, segurança e felicidade, que agora já não tenho no teu abraço.