20/08/2008

Sorri

Sorri quando a dor te torturar E a saudade atormentar Os teus dias tristonhos vazios Sorri quando tudo terminar Quando nada mais restar Do teu sonho encantador Sorri quando o sol perder a luz E sentires uma cruz Nos teus ombros cansados doridos Sorri. Vai mentindo à tua dor E ao notar que tu sorris Toda a gente irá supor Que és feliz.

Charles Chaplin

16/08/2008

Momentos (quase) perfeitos

O mar está sereno. Não há ninguém ao meu redor. Fecho os olhos e escuto o som do balançar da ondas. O meu pensamento leva-me para longe, para além deste mar cujo fim não consigo alcançar. O sol percorre o meu corpo com o seu abraço quente e envolvente. Se pudesse sentir na minha pele o toque ardente do teu corpo, este momento teria sido perfeito.

13/08/2008

Como n' A bela adormecida

- Aposto que consigo beijar-te na boca sem tocar-te nos lábios! - disse-lhe ele.
- Beijar na boca sem tocar nos lábios? - desconfiou ela - mas como?
- Apostas comigo ou não?- insistiu ele.
- Confesso que estou curiosa. Sim, aposto! - Disse ela decidida.
Ele pediu-lhe para ela fechar os olhos (mas para fechar bem).
Ela hesitou. Ele insistiu.
Então, de olhos bem fechados, ela sentiu os lábios dele tocarem nos seus. Ao tocá-los abriu imediatamente os olhos e exclamou indiganada:
- Mas... tu disseste que era sem tocar nos lábios!
- Tens razão. Perdi a aposta. - respondeu-lhe ele, ironicamente.
Foi asim que aconteceu o (primeiro) beijo inocente da Cinderella.
De olhos fechados, sem que fosse esperado...
Como na "bela adormecida"
The end

06/08/2008

Ao Anoitecer

A praia está quase deserta. Contemplo ao longe a vasta imensidão deste mar sereno, de onde se despedem os últimos raios de sol.
Gosto da tranquilidade destes finais de tarde, quando depois de um dia intenso, me ofereço a uma paisagem imcomparável que me acalma, me inebria, me acalenta a alma.
Gosto do entardecer das tardes de verão. Sinto-me livre e capaz de abraçar mundo de um abraço só.
Deito-me tranquilamente sobre a areia da praia e observo aos poucos o sol a despedir-se. Dispo-me de tudo o que deixei para lá deste momento. Fecho os olhos, relaxo...
Ao longe, bem perto do infinito alguém sorri para mim e me chama. Oiço sussurros que me arrepiam a pele, sinto a maresia percorrer o meu corpo semi-nu. Deixo-me envolver no abraço que a suave brisa me traz.
Ofereço-me à delícia daquele momento, como se do último se tratasse.
Permito que as ondas me invadam e te tragam ate mim.Espero ansiosamente pela tua chegada... desejando-te.
Tento tocar-te e sentir-te perto de mim. Percorro cada traço do teu rosto, exploro estratégicamente cada recanto do teu corpo. Sinto-te em cada toque. Delicio-me com o sabor da tua pele. Enlouqueço com o teu beijo.
Perco-me, por fim no calor do teu abraço... louco... apaixonante.
Entrego-me loucamente ao nosso entardecer.
Anoitece.
A praia continua vazia. A lua faz-nos companhia. As estrelas dançam alegremente ao som dos nossos corpos. A brisa arrefece - nos. A areia da praia envolve-nos ternamente deixando-nos extasiados. Amamo-nos...
Adormecemos envoltos em prazer e paixão.
Ao longe o mar flutua, como os nossos corações.
Nasce um novo dia. O mar brinca alegremente com os primeiros raios de sol.
Amanhece.
É o primeiro amanhecer que passo contigo, estupidamente feliz!

04/08/2008

Caixinha de papelão

Tenho uma caixinha de papelão onde guardo com carinho as lembranças de uma vida. Nessa caixinha de papelão vou colocando cuidadosamente o que aos poucos vai acontecendo... e desaparecendo.
Ontem encontrei-a esquecida num cantinho, cuidadosamente arrumada.
Abri a tampa da caixinha de papelão e encontrei pedaços de mim, daquilo que hoje sou. Memórias de infância, retratos de pessoas que marcaram o meu precurso, que partiram e deixaram o seu lugar e para as quais deixei um cantinho muito especial no meu coração.
Vi retalhos de compromissos que se desfizeram, de outros que nunca aconteceram. Reconheci locais onde nunca estive, e que um dia quis muito conhecer. Vi imagens de situações que nunca existiram, e pensamentos de uma vida que um dia quis ter, mas que se esvaneceu...
Vi sonhos desfeitos, projectos adiados, outros inacabados. Novos objectivos, novos sonhos...
Vi promessas que nunca tiveram intenção de ser cumpridas, mentiras, meias verdades e desilusões. Vi verdades que preferia nunca ter sabido e mentiras que preferia não ter vivido.
Vi bons e verdadeiros amigos. Vi Pessoas que simplesmente passaram por ali, que nunca deviam ter passado, que se foram... Ainda bem!
Lembrei momentos de angústia, de dor, de solidão.
Recordei momentos felizes, grandes alegrias e pequenas vitórias. Sorri!
Reli histórias que marcaram grandes momentos, e ouvi canções que me levaram para lá do infinito. Sonhei!
Vasculhei a minha caixinha de papelão e arrumei cuidadosamente cada objecto, cada fragmento da minha história.
Resumi a minha vida um conjunto de aprendizagens que construiram a minha essência.
Hoje, abri de novo a caixinha de papelão e nela coloquei três lindos botões de rosa, em tons de vermelho escarlate, que guardei religiosamente de tantas que recebi, acompanhadas de três minúsculos cartões que dizem:
"De um admirador secreto..."
Arrumei a caixinha de papelão mas deixei-a entreaberta, para sentir a doce fragância que acompanha aquelas rosas e que me enamora a alma.